quarta-feira, outubro 13

A grande farra

Não resisto a publicar aqui este comentário colocado no Jornal de Negócios pelo utilizador "MacShade", em resposta à noticia "António Barreto: Portugal está em "pura deriva" há 15 anos":


Estamos prestes a entrar no ano 2011. Em Portugal vive-se um clima de final de farra, onde entre comensais ressacados, (partidos políticos) se discute quem vai limpar a casa, e pagar os estragos. Nenhum quer assumir tal responsabilidade.

A farra, essa, foi de arromba, e durou anos. Não faltou nada.
Houve reformas de luxo, empregos e tachos milionários, manobras para controle de bancos, e negócios “fantabulosos” com derrapagens simplesmente deliciosas.
Fizeram-se parcerias publico privadas, construíram-se (falsas) Scuts, compraram-se submarinos. Os institutos e as fundações, esses nasceram e proliferaram como cogumelos (venenosos claro).
Os carros de luxo e os passeios de Falcon passaram a fazer parte da ordem do dia.
Também não faltaram as comemorações. Por dá cá aquela palha. Por que veio o Sr. Fulano de Tal. Porque se comemoram anos não sei de quê. O que foi preciso foi comemorar. E sempre mais.

Premiou-se ao máximo o dolce fare niente, e subsidiou-se tudo o que se podia: o desemprego, a reinserção, a deserção, a não laboração, e tudo o resto acabado em ão…
Trabalhar e produzir, isso é que não!!!

Os sindicatos, também vieram à farra. E sempre a postos para ajudar. O que é preciso, é nivelar: Por baixo no trabalho, por cima no salário.

E o anfitrião de bom humor, sempre sorridente e de polegar para cima, tudo jóia.
Como bom anfitrião, conduzia a farra, e fazia bem a sua parte.
Divertia os convidados como podia: Com Covas da Beira, com Freeports, com estações de Televisão, PT’s e TGV’s, e tudo o mais que lhe viesse á mão. A farra não podia parar.

Já os amigos mais chegados, esses ajudavam o anfitrião, (a quem chamavam de chefe) varejando de banco em banco. Sim, que nesta farra, cadeira… era só a do anfitrião. Por ser única, existia até quem a chamasse de cadeira do poder.
Mas o chefe não se esquecia dos seus amigos. Os bancos eram e boa qualidade e estofados no melhor material existente: O euro-estofo, que provou ser um material de excelente qualidade. Absorvente de todo o tipo de problemas (da vida actual ou futura).

Mas não foi tudo,
Por causa da farra, muitos ficaram sem trabalhar. Uns por querer, outros talvez não.
Mas onde está o problema? O desemprego só comprova duas coisas: Uma que se pode viver sem trabalhar, e a outra é que cá na farra é o sitio ideal para férias o ano inteiro.
De resto, a reforma é para os novos, pois se trabalhar faz bem que trabalhem os velhos e os doentes.

E agora, que a farra está a acabar, quem é que vai limpar a casa? Digam lá quem é?

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