sexta-feira, janeiro 11

Não para ser Reformado

É claro que esta imoralidade que existe no Estado, para ser resolvida, tem de começar por cima - exactamente pela figura do Presidente da República.
 
O Presidente da República é o nosso representante supremo, eleito pela maioria dos portugueses. Porém, o homem que nós temos na Presidência da República é um reformado, um reformado com múltiplas pensões de reforma.
 
Os portugueses elegeram este homem Presidente da República e cuidaram, para que ele os pudesse representar bem, de lhe pôr à disposição um vencimento generoso, um palácio para habitar, segurança pessoal, uma série de outras despesas pagas e muitas outras prerrogativas.
 
E não é que este homem decide renunciar ao vencimento generoso de Presidente da República que os portugueses lhe puseram à disposição para receber, em lugar disso, pensões de reforma, múltiplas pensões de reforma a que nenhum português que tenha trabalhado a vida inteira teria direito?
 
A primeira coisa a fazer na moralização do Estado é dizer ao Presidente da República: "Não há conversas, nem continhas de tostões para ver como é que ganha mais. O senhor recebe o vencimento de Presidente enquanto for Presidente da República. Nós elegemo-lo para ser Presidente da República, não para ser Reformado".
 
Pedro Arroja no Portugal Contemporâneo

Sem comentários: